A perspetiva da maioria das fotografias é a do nível dos olhos, em posição erecta. Portanto, digamos, de um ponto de vista que se situa a entre um metro e sessenta e um metro e oitenta do chão. Mas não tem que ser assim.
Se nos ajoelharmos ou nos deitarmos sobre a barriga com a máquina junto ao chão, obteremos outra perspetiva: será o ponto de vista de contrapicado. Ou podemos fotografar a partir de um ponto significativamente elevado (uma ponte, uma varanda,…): teremos o ponto de vista de picado.
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Os dois pontos de vista referidos farão aparecer os objetos fotografados de modos muito diferentes (nalguns casos — em edifícios, por exemplo –, com distorções). Fotografadas em contrapicado, as pessoas ganharão relevo (repare que é assim que, muitas vezes, os políticos são fotografados/filmados), e ainda mais se estiver o céu em fundo. Efeito semelhante se consegue com os edifícios (que parecerão inclinar-se para nós, em imagens com “verticais convergentes”).
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Mas, se se pretende, por exemplo, registar uma rua com muita gente, ou uma praça muito movimentada, o modo picado produz um efeito oposto ao anterior: na imagem, os objetos parecerão mais pequenos (ou, dependendo da distância, mesmo minúsculos) e insignificantes.
Nalguns casos, o que poderia ser uma massa confusa de pessoas e objetos se fotografados ao nível dos olhos, num ponto de vista de picado aparece em grupos bem definidos e reconhecíveis. E, note-se, não é necessário subir a uma colina ou um telhado; por vezes, basta um degrau de uma porta ou um simples banco.
Muito legal as dicas. Aprendi até o nome da fotografia que fiz outro dia “contrapicado”. Abraços e obrigada