- A Parque Escolar é uma empresa pública criada, em 2007, pelo Governo de José Sócrates para requalificar as escolas públicas. Como se lê no seu sítio, “tem por objeto o planeamento, gestão, desenvolvimento e execução do programa de modernização da rede pública de escolas secundárias e outras afetas ao Ministério da Educação”.
- Ao longo da sua breve existência, a atividade da Parque Escolar tem sido sujeita a reparos pouco abonatórios
(eu próprio, embora com conhecimento factual restrito, não tenho dela a melhor imagem).
Aos clamores antigos, juntaram-se recentemente as críticas do atual Governo
(sublinhando, por exemplo, uma derrapagem grande nos custos das obras)
e os resultados de auditorias do Tribunal de Contas e da Inspeção-Geral das Finanças. Aquele tribunal refere, designadamente, a autorização de despesas e pagamentos ilegais (de 492 milhões de euros); o aluguer de monoblocos pré-fabricados por um valor consideravelmente superior ao preço base; ilegalidades na adoção do concurso público urgente pela empresa e no fracionamento da despesa (sempre na ordem de vários milhões de euros)…
- Questionado sobre estes dados, o Partido Socialista, pela voz do seu secretário nacional, José Luís Carneiro, responde acusando o governo de tentar “desviar atenções de uma agenda neoliberal que pretende colocar em causa a escola pública”.
- Este é um ótimo exemplo de uma falácia que já aqui tentei explicar: o boneco de palha. Não sei se o Tribunal de Contas tem razão ou não; parece-me é claro que o PS “atira ao lado”: bate no boneco de palha
(na agenda neoliberal do governo),
em vez de bater onde deve, se é que deve
(nos dados do Tribunal ou na sua fundamentação).