Ouve-se dizer, com frequência, que quem diz a verdade não merece castigo.
Na peça Patate, do dramaturgo francês Marcel Achard (1899-1974), uma das personagens (Rollo) faz notar a outra (Edith) que a sua franqueza é… pesada (Tu es d’une franchise assommante !). O diálogo continua assim:
Edith: Preferirias que eu não dissesse o que penso?
Rollo: Preferiria que não pensasses o que dizes!
E o leitor… o que é que pensa?
(Especialmente para os estudantes de filosofia) “O diálogo transcrito de Patate mostra que o raciocínio implícito no ‘ditado’ ‘quem diz a verdade não merece castigo’ pode ser falacioso — falácia do falso dilema“.
Concorda? Justifique.