A primeira fase do exame nacional de filosofia 2018 realizou-se a 18 de junho.
Em formato pdf, podem ser descarregados
- a prova, versão 1;
- a prova, versão 2;
- os critérios de classificação provisórios (a)
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- (a) os critérios de classificação dos exames podem ser alterados: o atual documento é provisório.
- a prova da 2ª fase será a 19/7.
- O meu Baú tem duas secções de apoio (com textos, testes,…) ao ensino da filosofia: ao 10º ano e ao 11º ano.
- Veja outros exames de Filosofia.
Bom dia Aires
Visto que fiz formação de classificadores consigo, presumo que esteja diretamente envolvido no exame nacional de Filosofia 2018 e por essa razão tomei a liberdade de apresentar-lhe duas dúvidas a propósito dos critérios de classificação, aqui, neste site, uma vez que não fui escolhida para classificadora e como tal não posso apresentar as minhas dúvidas em local próprio. Espero que não me leve a mal, aceite as minhas razões e me ajude a ultrapassar as minhas dúvidas.
A primeira dúvida incide sobre o item 7, do grupo I: se as necessidades materiais (económicas) de ambos estão satisfeitas, a desigualdade neste caso diz respeito ao talento, às competências intelectuais, logo, creio que a resposta correta a este item é o princípio da igualdade de oportunidades. No entanto, segundo os critérios, a resposta certa é o princípio da diferença!
A segunda dúvida refere-se ao item 3 do grupo IV: a questão assenta exclusivamente nas críticas à observação, mas os critérios valorizam mais as críticas à indução do que à observação, por isso, segundo a minha perspetiva, o aluno que não mobilizou a última razão apresentada nos critérios não devia ser penalizado.
Para terminar o meu comentário manifesto o meu contentamento com a prova, de um modo geral acho-a muito equilibrada, quer em termos de distribuição da matéria pelos 2 anos como em grau de dificuldade. Mas acima de tudo, a minha satisfação resulta da exigência do pensar, refletir, compreender … em vez de pedir ao aluno que apenas debite a matéria.
Cumprimentos filosóficos,
Isabel Fernandes
Cara Isabel,
Deve ter feito confusão, pensando que eu sou o autor deste blogue. Mas não sou. O seu autor é António Gomes, que gentilmente me avisou deste comentário e me perguntou se queria responder. Ao que respondi que sim, com todo o gosto.
Aproveito também para esclarecer que a formação de classificadores nada tem que ver com a elaboração de exames. São coisas completamente diferentes.
Quanto ao item 7, parece-me que a resposta certa é mesmo “o princípio da diferença”, pois trata-se de uma questão de distribuição de recursos adicionais (como se diz no próprio item), de acordo com o qual a distribuição justa é a que beneficiar todos, em especial os mais desfavorecidos. Nada no item permite supor que não lhes foram dadas oportunidades iguais.
Quanto ao item do grupo IV, é verdade o que diz, mas também é verdade que a questão da observação é levantada por Popper a propósito do método, mais precisamente na sua crítica da perspetiva indutivista, a qual toma a observação como ponto de partida.
De resto, concordo com a Isabel.
Boa tarde
Muito obrigado aos dois, António Gomes e Aires de Almeida, pela vossa colaboração.
De facto estava equivocada quanto ao autor deste blogue, mas aproveito a ocasião para dar os parabéns ao António Gomes por este espaço, que consulto de vez em quando, e agradecer o seu cuidado em encaminhar as minhas dúvidas.
Agradeço também a gentileza do Aires, cuja explicação ajudou-me a ver com os outros olhos o item 7 e tornou-me mais tolerante em relação ao item acerca de Popper.
Peço desculpa por o meu feedback ter demorado tanto, mas mais uma vez deve-se a um equívoco da minha parte, pois julgava que seria notificada por email quando o Aires de Almeida respondesse ao meu comentário.
Saudações filosóficas
Isabel Fernandes