O Kavita é um software para isso mesmo: gerir a biblioteca digital — importar a coleção de livros eletrónicos (suporta uma vasta gama de formatos de ficheiros, incluindo banda desenhada) e aceder-lhe a partir de qualquer dispositivo (sem necessidade de descarregar os ficheiros em cada um deles).
A(s) cereja(s) no topo do bolo: é multiplataforma (Windows, OSX, Linux) e de código aberto; é um servidor baseado na Web, pelo que pode facilmente ser partilhado com outras pessoas. E ainda outra cereja: é uma aplicação auto-hospedada.
Há muito mais cerejas no topo do bolo: a lista pode ser consultada no seu sítio Web. Uma pequena demonstração está disponível aqui (inicie sessão com as seguintes credenciais: Nome de utilizador: demouser / Palavra-passe: Demouser64)
Vamos começar?
Antes de mais…
- Aqui, são referidos vários métodos de instalação. E aqui especifica-se como instalar em Windows, OSX e Linux.
- Porque quero a biblioteca digital permanentemente disponível, instalei num Raspberry Pi 4 (RPi), que tem um escasso consumo de eletricidade. Mas a instalação pode ser feita num outro computador.
- Por isso, escolhi a instalação Linux.
- Creio ser evidente que para este efeito não é sensato usar o cartão MicroSD no RPi; eu uso um disco SSD. Neste texto, explico como fiz para o RPi arrancar a partir de um SSD.
Como ainda não frequento à vontade o mundo Docker, preferi a instalação do Kavita que me parece mais simples. E é de facto muito simples, como se explica aqui.
- Fui aqui e procurei a última versão (desloque-se para baixo até ver a secção “Assets”, onde existe uma lista de ficheiros que pode transferir: para mim, Linux arm64 — escolha o adequado para si).
- Cliquei o botão direito o rato e selecionei Copiar endereço do link
- Criei uma pasta em Criar um diretório em /opt/Kavita: comando sudo mkdir /opt/Kavita
- Fui para a nova pasta:
cd /opt/Kavita - Para transferir o ficheiro: na linha de comandos (do RPi!), escrevi wget e colei o endereço do link copiado. Ficou sudo wget https://github.com/Kareadita/Kavita/releases/download/v0.8.3.2/kavita-linux-arm64.tar.gz
Nota: para evitar ter de escrever sudo, neste e nos comandos seguintes, escreva sudo su - Descompactei o ficheiro baixado: comando tar -xvzf kavita-linux-arm64.tar.gz (adapte o nome do ficheiro ao seu caso)
- Nota: outra possibilidade, talvez mais “limpa”, teria sido baixar o ficheiro para /opt e extraí-lo para /opt/Kavita.
Mas, como está em /opt/Kavita/Kavita, mudei-me para lá: cd /opt/Kavita/Kavita - Para que o Kavita possa escrever na pasta ./onde o coloquei: chmod +x ./Kavita
Executando o Kavita
E já está instalado! Agora…
- É executá-lo: ./Kavita
- Atenção às maiúculas/minúsculas! “Kavita” é diferente de “kavita”!
- Só poderemos aceder à biblioteca após o servidor local ter sido iniciado. Se, por exemplo, o dispositivo onde está instalado for reiniciado, deve iniciar-se o servidor.
- Obviamente, o comando supõe que esteja na pasta correta: onde o binário Kavita está localizado.
- Se quiser que o Kavita “rode” automaticamente aquando da inicialização do equipamento onde está instalado, encontra aqui instruções para o fazer.
- Com o comando anterior, o servidor fica a funcionar (neste texto, explico brevemente o que é um servidor). Vamos usá-lo!
Para aceder à interface Web do Kavita…
- …é preciso saber o endereço IP local do RPi. Esse endereço obtém-se com o comando hostname -I
- No navegador de Internet favorito, escrever (substituindo “<IPADDRESS>” pelo endereço do RPi): http://<IPADDRESS>:5000
A primeira vez que se acede à interface web do Kavita, temos de registar uma conta. Esta primeira conta será a do utilizador administrador.
- Escrever o nome de utilizador, o endereço do correio eletrónico e a password.
- Clicar em Register.
Mais um passo (para login)… e estamos no coração do Kavita. Ainda sem bibliotecas configuradas, criaremos algumas definições do servidor:
- clicar em Server settings e…
- …percorrer as várias opções de definição: por exemplo, em Preferences, o idioma.
Criando a Biblioteca
Agora… é acrescentar livros. Mas, atenção!, há regras; é importante saber como o software analisa a informação dos ficheiros.
- Por exemplo, que nenhum ficheiro esteja no nível da raiz da biblioteca. Aqui, há mais informação sobre o assunto (veja também a secção seguinte, Managing files).
- Os livros podem estar em qualquer pasta (desde que cumpram as regras referidas) e até em várias pastas. Eu fiz assim:
- Cliquei em Configurações do servidor (ou, ver acima, Server settings).
- Adicionar biblioteca.
- Escrever o nome (Minha biblioteca, por exemplo)
- Escolher o tipo de publicação (Manga, Book…). Seguinte
- Procurar a(s) pasta(s) que quer adicionar. Seguinte.
- Pode (não tem de) carregar uma imagem da biblioteca. Seguinte.
- Selecionar os tipos de ficheiros para o Kavita procurar (Arquivo, epub, Pdf, Imagem (sim! pode criar uma biblioteca de imagens). Guardar.
- De volta ao menu principal, encontra os livros que estão na(s) pasta(s) indicadas.
Concluindo
Conclusão não é igual a fim. Este artigo pretende apenas ser uma introdução ao mundo do Kavita. Outros temas ficam de fora: por exemplo, como
- criar outros utilizadores;
- fazer o “scan” de livros adicionados;
- organizar os livros, criar listas de leituras ou coleções…
- atualizar o Kavita
- …
- aceder ao Kavita fora de casa.
São temas à espera de outras calendas…
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