Este é o primeiro de uma série de artigos dedicada à criação e gestão de bases de dados. Foi idealizada pensando nos leitores que ainda se não iniciaram neste tema; por isso, a série começa… pelo princípio, isto é, pela questão: o que é uma base de dados?
Os exemplos são, frequentemente, a melhor forma de entender algo. Partamos, então, de exemplos:
- Um romance (mesmo que de 1000 páginas) não é uma base de dados;
- Uma lista telefónica é uma base de dados.
Que características tem a lista telefónica que a tornam uma base de dados? Simplificando, a resposta é: a informação nela contida está organizada segundo regras e critérios. É fácil de entender, se consciencializar o seguinte:
- uma lista telefónica é um conjunto de “fichas” — chamemos-lhe registos: cada contacto telefónico é um registo;
- cada contacto/registo é um conjunto de dados diferentes: para simplificar, no caso da lista telefónica consideremos apenas o nome, a morada e o número de telefone. Todos os registos têm estes dados. Cada um destes grupos (nome, morada, número) é um campo.
- Ou seja: uma agenda telefónica com 10 contactos onde consta o nome, a morada e o número dos contactos é uma base de dados com 10 registos e com 3 campos (nome, morada e número).
- Proponho-lhe um exercício: justifique agora por que razão um romance não é uma base de dados.
Lidamos, no dia a dia, com muitas bases de dados. São exemplo
- a caderneta de um professor (com a base de dados dos alunos);
- o catálogo dos livros de uma biblioteca;
- a lista de fornecedores de uma empresa;
- a lista das faturas que registámos no sítio web das finanças;
- a lista dos filmes de um clube de vídeo;
- a lista dos utentes de um determinado centro de saúde;
- o registo das vendas de um hipermercado;
- …
- e termino com uma proposta de exercício: escreva os nomes possíveis de possíveis campos de algumas das bases de dados antes referidas. Por exemplo, na lista das faturas: nº contribuinte do comerciante; tipo de fatura; valor da fatura; data da fatura…
Podemos constituir bases de dados com caneta e papel. Ou podemos fazê-lo, com mais facilidade e eficácia, usando um programa informático. Há vários programas que nos permitem manejar bases de dados; quando digo manejar, quero dizer criar, alterar, pesquisar,… No exemplo da lista telefónica, acrescentar contactos telefónicos, alterar números de telefone ou moradas, procurar o nome associado a um determinado número, contar os contactos que vivem numa determinada cidade, calcular o número de telefones de uma determinada operadora, etc..
Escolhi, para trabalharmos nesta série de artigos, o mais conhecido gestor de base de dados da Microsoft: o Access. Em devido tempo, justificarei a opção por este programa, que vem integrado em alguns pacotes do Office da empresa (com outros programas como o Word, o Excel, o PowerPoint…). Deixo aqui a referência a um outro gestor de bases de dados, o Base, incluído numa alternativa ao Office da Microsoft, o OpenOffice: o Base tem sobre o Access, entre outras, a vantagem de ser gratuito (tal como o OpenOffice, ao contrário do Office).
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Segundo texto desta série: como criar uma base de dados; exemplos aplicáveis ao quotidiano.
Por favor, participe ativamente nesta série: sugira; corrija; acrescente;…
[ilustração copiada daqui]