Dramaturgo e historiador francês, François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire
[pseudónimo sob o qual começou a publicar as suas obras, após ter sido condenado a um ano de prisão pela sátira onde ridiculariza Filipe de Orleães — que tomou o poder em França após a morte de Luís XIV, em 1715 — e a sua filha]
nasceu a 21 de novembro de 1694 e morreu, imensamente rico, a 30 de maio de 1778, tendo os seus restos mortais sido transladados para o Panteão de Paris — o que não deixa de ser curioso. dadas as desventuras por que passou e os rancores que despertou ao longo da sua vida.
Pregou uma religião natural de tipo deísta. Embora caracterizado como um ateu por causa do seu antagonismo vivo em relação ao fanatismo que achou nas religiões organizadas (ver, por exemplo, o seu Tratado sobre a Tolerância ou o Dicionário filosófico), acreditou, contudo, num deus justo, defendendo um deísmo fundamentado na razão e útil à sociedade. Opôs-se a toda a intolerância e lutou apaixonadamente para corrigir os males que encontrava na religião e na sociedade em geral (as suas Cartas filosóficas refletem a sua admiração pelo regime liberal inglês). Na ética, baseou as suas opiniões no caráter universal da moral, no qual acreditava firmemente.
O seu famoso Cândido é esclarecedor da sua penetrante sátira ao melhor mundo possível de Leibniz. Num curto relato, narra as desventuras do protagonista e companheiros, incluindo duríssimas e muito engenhosas críticas ao clero, à nobreza, aos militares, à monarquia e à filosofia de Leibniz.
[plagiado do Dicionário de Filosofia de Dagobert D. Runes (dir.). Lisboa : Editorial Presença, 1990]
||| O meu baú reproduziu (em francês) o verbete Tolérance do seu Dictionnaire philosophique.
Obrigado pela informação e pela dedicação em repercutir o conhecimento.