Celebra-se, hoje e pela primeira vez, o Dia Internacional do jazz. Proclamado pela UNESCO, foi proposto por Herbie Hancock, um músico de jazz cujo piano elétrico, segundo Jorge Lima Barreto, suscita uma extraordinária reforma no mundo do jazz do fim de 1967.
Hancock é, em grande parte, responsável por [um novo estilo] que não deixou de evoluir ao longo dos anos. Hancock enriqueceu o piano com influências clássicas (Debussy, Bartok, etc). É o protótipo do músico completo cuja cultura se estende para lá dos limites da sua música. Acompanhador incomparável, solista sempre inspirado, Hancock concebeu um bom número de temas num género inteiramente novo, que se inscreve nessa vontade de alargamento musical. Parece ter sido influenciado essencialmente por Bill Evans de quem conservou o lirismo e as ideias harmónicas, McCoy Tyner, mas também, recuando no tempo, por George Shearing, Erroll Garner, Ahmad Jamal e, sobretudo, Bud Powel. Músico profundamente original, Hancock representa, aos olhos de muitos outros jazzmen, o arquétipo do pianista moderno completo. É por isso que, à semelhança de Tyner, foi reclamado por numerosos músicos para sessões de gravação, porque sabe adaptar-se sem renegar o seu modernismo e originalidade. Além disso, a participação de Hancock é a garantia de um «som» de conjunto muito apreciado[…].
[VVAA. Jazz moderno. [imp. Braga]: Editorial Plano, [s.d.], p. 140-141]
Proponho a audição deste lindo Cantaloupe Island:
O mesmo tema, numa interpretação ao vivo: