A vírgula… e a oração subordinada

O uso da vírgula com orações subordinadas

Penso que na frase “BCE NÃO SEGUE RESERVA FEDERAL QUE MANTEVE TAXAS” falta uma vírgula. Deveria ser “BCE NÃO SEGUE RESERVA FEDERAL, QUE MANTEVE TAXAS”.

Segue-se a minha justificação.

Vírgula (não) obrigatória

A vírgula é obrigatória — para o que aqui nos interessa — quando separa uma oração subordinada que não é essencial para se perceber de quem ou de quê estamos a falar. A oração subordinada funciona como uma espécie de parêntesis.

Por exemplo, quando digo a alguém que encontrei o Rui e ambos o conhecemos e só conhecemos este, não é essencial especificar de que Rui se trata. Poderei sempre, acessoriamente, acrescentar alguma oração subordinada que adiante alguma informação. Seja “Encontrei o Rui, que é militante do PCP”. O ser militante do PCP não é essencial para a minha informação sobre o encontro.

No entanto, se eu e a pessoa com quem falo conhecermos mais do que um Rui, é necessário especificar de que Rui se trata; “que é militante do PCP” pode fazer a distinção. Neste caso, não se usa a vírgula: “Encontrei o Rui que é militante do PCP” — supõe-se haver outro(s) Rui que não é/são militante(s) do PCP.

Orações subordinadas explicativas e restritivas

No primeiro caso, com a devida vírgula, estamos perante uma oração subordinada adjetiva explicativa. No segundo caso, sem vírgula, a oração subordinada adjetiva é restritiva.
(Nb: são orações adjetivas por poderem ser substituídas por adjetivos ou terem uma função semelhante ao adjetivo).

Voltando ao caso da imagem… Todos (?) os espetadores (a imagem resultou duma fotografia a uma notícia de um canal televisivo) sabem que esta Reserva Federal é a tal, a dos Estados Unidos. Por isso, “que manteve taxas” não é essencial para se compreender que o BCE não a seguiu. Logo, o correto será escrever : “BCE NÃO SEGUE RESERVA FEDERAL, QUE MANTEVE TAXAS”.


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1 thought on “A vírgula… e a oração subordinada”

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