Quando faço fotografia, gosto de dar prioridade à abertura. Para quem não sabe o que isso é: o nome diz tudo… É um modo de exposição
[que se escolhe, seleccionando no botão de selecção da máquina a opção identificada com “Av” ou “A”]
que permite ao fotógrafo determinar a abertura do diafragma, encarregando-se a máquina de regular a velocidade de disparo em função das características específicas da luz
[já aqui esclareci este conceito, integrando-o com outros, no texto Desenhar com a luz controladamente].
Trata-se de regular o chamado número de F. Observe as fotos seguintes: a primeira foi captada com F/9 e a segunda, com F/1.4. Quanto menor for F, maior será a abertura, e vice-versa: portanto, a abertura no primeiro caso é menor do que no segundo.
Quanto maior for a abertura, menor será a profundidade de campo
(isto é, menor será a área de uma cena que ficará nítida).
Compare as duas fotos e verifique que a segunda, com uma grande abertura, tem o fundo todo desfocado, permanecendo nítida apenas a imagem de primeiro plano. Na primeira, captada com uma abertura menor, há mais zonas focadas (maior profundidade de campo).
Portanto, pode usar-se a abertura para definir o espaço que ficará nítido — e assim realçar determinados elementos da fotografia. Por exemplo, nos retratos, colocar o fundo fora de foco
[diminuir a profundidade de campo]
tem como consequência realçar os objectos/pessoas retratados
[foto seguinte: F/1.4]:
Nas paisagens, em princípio faremos o contrário: grande profundidade de campo mantém focados tanto o primeiro plano como o plano de fundo
[foto seguinte: F/11]:
Estes ensinamentos são muito úteis. Uma vez aplicados, o resultado das fotos é maravilhoso. Nem sempre é fácil manusear as máquinas digitais como se pensa. É preciso saber e treinar muito para se conseguir ótimos resultados.