Estão divididos por quatro países, num total de 70 mil. Mas foi em Trondheim, em 1917, que os sámi, esse povo indígena que é um símbolo de resistência, se reuniu pela primeira vez para um congresso histórico. Aproveitamos o pretexto para uma viagem que parte de Trondheim, sobe até Alta e vai até Karasjok, a capital dos últimos nómadas da Europa.
Iniciam assim as nove páginas do Fugas (um suplemento do jornal Público) de 4/2/2017 dedicadas aos Sámi, os últimos nómadas da Europa?.
A data de 4 de fevereiro foi consagrada como o Dia Nacional dos Sámi, em alusão ao primeiro congresso do povo sámi, que teve lugar entre 6 e 8 de fevereiro de 1917, em Trondheim. Trondheim será sempre um ponto de referência para esta minoria e que desempenhou um papel relevante na definição das relações inter-étnicas entre os noruegueses e os nativos.
Trondheim está situada não muito longe dos territórios habitados tradicionalmente pelos sámi; mas a explicação também pode residir no facto de o Nidelva, rio que cruza a cidade, ter a sua nascente no lago Selbusjøen, a sul das montanhas com as quais os aborígenes estão tão familiarizados. A religião teve, igualmente, um certo peso nesta aparente empatia entre indígenas e Trondheim.
[foto de António R. Gomes]
O povo sámi
Deixo, abaixo, o pequeno dossiê do Fugas. Para se conhecer o processo de colonização, no século XVI, por três países (quando a Noruega e a Dinamarca eram um só, mais a Rússia e a Suécia), obrigando os sámi a pagar impostos a todos eles (ou pelo menos a dois). Para se saberem outros dados sobre este povo que contabiliza nos dias de hoje quase 70 mil almas (40 mil vivem em território norueguês, cerca de vinte mil na Suécia, seis mil na Finlândia e os restantes na Rússia). Para ter ao dispor um guia prático que ajude a preparar uma visita a Trondheim.