TÁCITO, Cornélio — um historiador com personalidade

Tácito (em latim, Publius Cornelius Tacitus) foi um historiador, orador e político romano (c. 55 – c. 120) é um historiador, orador e político romano.

Tácito

Sobre Tácito, sabemos muito pouco. Até o apelido familiar pelo qual hoje é conhecido (Tácito/Tacitus) é um adjetivo que exprime algo como não manifesto, não expresso, reservado. O que podemos afirmar sobre a sua biografia e personalidade são em parte conjeturas que resultam do cruzamento de dados soltos entre a história do seu tempo e a sua própria obra histórica. Provavelmente nasceu em meados dos anos 50 d. C.; foi senador e chegou a cônsul (em 97) e procônsul da Ásia (110-113); fez parte da elite social e económica da Roma do Principado e alcançou o topo político que a sua época lhe oferecia. Abandonou a administração imperial para se consagrar inteiramente à História.

A obra de Tácito

É autor do Diálogo dos Oradores, brilhante ensaio sobre as causas do declínio da eloquência; da Vida de Agrícola, um elogio fúnebre ao seu sogro, general de Domiciano, no qual toma violentamente partido contra o imperador; do ensaio etnográfico Germania, um tratado sobre a Germânia e os costumes dos seus povos. As suas duas grandes obras históricas são Histórias (obra em 12 livros, de que só restam os quatro primeiros e o início do quinto, sobre a história romana, da morte de Nero à de Domiciano) e Anais (obra em 16 ou 18 livros, sobre a história de Roma, da morte de Augusto à de Nero, evocando as ameaças que pesam sobre o império romano. Restam-nos os livros I a IV, XI a XVI, e fragmentos dos livros V e VI).

Tácito pretendia fazer obra moral, salvar, do esquecimento, as virtudes e estigmatizar os vícios. Interessava-se sobretudo pela corte imperial (que oferecia rica matéria à análise psicológica) e pelo mundo bárbaro (cuja estranheza pitoresca o fascina). Dedica-se à psicologia das personagens, estudando as motivações humanas individuais mais do que as causas gerais. Excelente pintor das almas complexas e dissimuladas, tinha da história uma visão filosófica pessimista. Forjou um estilo especial, cuja personalidade deve muito à narrativa dos Gregos (o historiador Tucídides), já praticada pelo grande escritor e poeta latino Salústio: um estilo nervoso, desigual, assimétrico, extremamente conciso, indo com frequência até à supressão do verbo. Nas suas mãos, a história deixa de ser uma crónica para se transformar numa documentação psicológica e num género literário.

Bibliografia

  • ROBERT, Paul (dir.). Le petit Robert 2 : dictionnaire universel des noms propres alphabétique et analogique. Paris : Le Robert, 1985, entradas Tacite (Publius Cornelius Tacitus), Histoires e Annales.
  • TÁCITO, Cornelio. Historias. Edição e tradução de Juan Luis Conde. Madrid : Ediciones Cátedra, 2006
  • Wikipédia.

 

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