SONS # 19 ARMSTRONG, Louis

Louis and Lil Hardin

“King” Louis Armstrong nasceu a 4 de agosto de 1901. Sobre este “cantor, compositor, instrumentista, trompetista, cornetista, saxofonista, escritor, letrista, arranjador, produtor musical, dramaturgo, artista plástico, ator, tenor, maestro e ativista político e social estadounidense, considerado ‘a personificação do jazz'” (Wikipédia) escreveram Bernard Heuvelmans, Jean Tarse e Carlos de Radzitzky (O jazz: do New Orleans ao jazz moderno. [s.l.]: Marabu Notícias, 1967, p. 55-57):

Em 1929, um jovem negro fazia-se contratar como segundo-trompete por King Oliver: chamava-se Louis Armstrong. Nascido com este século [XX], tinha crescido na atmosfera fecundante dos cortejos e das fanfarras de Nova Orleães. Foi o velho Bunk Johnson quem o ensinou a tocar corneta. Cultivou particularmente este instrumento na orquestra da casa de correcção para onde fora mandado aos doze anos, por ter celebrado com um incongruente tiro de revólver a entrada do ano novo.

Louis iniciou a sua carreira no pequeno baile popular de Matranga, tocou depois com Fate Marable e, finalmente, na Tuxedo brass band, onde começou a distinguir-se. Em breve arrebatava ao seu novo chefe o cetro do melhor trompetista. Tornou-se então «King» Louis, o Rei Louis. O seu incomparável génio musical espantava os que o escutavam. Pela beleza desataviada dos seus improvisos, pela sua sumptuosa sonoridade, pela riqueza da sua inspiração, deu à música de jazz a mais perfeita expressão. Quando canta, com voz rouca, «descascando» as palavras, brincando com elas, reduzindo-as às sílabas essenciais, gritos de amor ou de alegria, dir-se-ia que inventou a única linguagem que vem direita da carne aos lábios.

Em 1924 casou com a pianista Lil Hardin. Depois esteve durante um ano na grande orquestra de Fletcher Henderson em Nova Iorque, onde gravou discos com célebres cantores de blues. Alguns anos mais tarde dirigia a sua própria orquestra. Foi por essa época que gravou com os seus Hot Five o famoso e magnífico West-end Blues. Estrela de primeira grandeza, à sua volta gravitavam alguns outros bons músicos: o trombone Kid Ory, os clarinetistas Jimmy Strong e Johnny Dodds, o drummer Baby Dodds, irmão do precedente e o admirável pianista Earl Hines que, sem sacrificar à tentação do boogie-woogie, conseguiu criar um estilo de contraponto bem seu, em que as duas mãos se comportavam como instrumentos independentes.

Sob a influência de Armstrong, numerosos negros levaram o estilo New Orleans ao apogeu: Jelly Roll Morton, Sidney Bechet, Albert Nicholas, Omer Siméon e Tommy Ladnier.

Segundo James Lincoln Collier, com West-end Blues Armstrong demonstra que o jazz é “algo mais do que música para beber e dançar; supõe uma forma artística por explorar“; “quando as notas finais se apagaram no ar requentado dos estúdios OKeh, a música tinha mudado e nunca mais voltaria a ser a mesma”.

 

O “rei do trompete” faleceria a 6 de julho de 1971.

Pode ler, aqui e aqui e em espanhol, algo mais sobre West-end Blues e Armstrong.

Por favor, partilhe connosco as suas impressões/opiniões, na caixa de comentários.

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Scroll to Top