Há muuuuuito tempo que eu andava à procura de uma ferramenta do género do Obsidian. É muitas vezes apresentado como um programa para tomar notas (tirar apontamentos). Também é, mas dizer isso só é dizer pouco. Na verdade, ele ajuda a reter melhor o que se aprende, qualquer informação do exterior (de livros, apontamentos, conversas com amigos…) e do… interior (ideias luminosas que surgem…). Tirar, ligar e aproveitar notas é o resultado de uma disciplina pessoal, que ferramentas como o Obsidian ajudam a implementar e desenvolver.
Dar uma ideia do muito que se pode fazer com Obsidian é o objetivo principal deste artigo e do vídeo que deixei no Youtube e de que dou notícia mais abaixo. Um breve resumo de como cheguei à aplicação ajudará a começar.
Conservo ainda as muitas centenas, talvez milhares, de fichas de apontamentos em papel, que escrevi na Faculdade e uns tempos após a Faculdade. Eram pequenas fichas guardadas em arquivos (de metal, de madeira) e separadas por assuntos.
Foram muito úteis na redação de trabalhos académicos. Entretanto, passei ao digital,
- usando um programa, a que chamei… Fichas, escrito por mim em Dbase/Clipper, com o qual escrevia as notas, as pesquisava por palavras/expressões e imprimia.
- Por razões que não interessam, substituí o Fichas pelo Word (escrevi neste blogue um artigo onde explico como construir um ficheiro no género de uma Enciclopédia, com cabeçalho apropriado e automaticamente preenchido).
- O grande senão destes métodos era a escassa ligação (automática) entre notas/fichas (embora haja métodos, também para as fichas em papel, como o potente Zettelkasten)
A grande vantagem do Obsidian está precisamente aí: na imensa capacidade de ligar as notas, ainda que muitos milhares de notas, entre si, automaticamente ou filtradamente. Fá-lo, digamos, ao modo do utilizado pelo nosso cérebro (daí que o slogan do Obsidian seja… um segundo cérebro, para si, para sempre), só que muito mais rápida e complexamente.
Vamos ao Obsidian, então!
Como instalar Obsidian
A nossa ferramenta pode ser descarregada gratuitamente daqui, com versões para Windows, Mac, Linux e dispositivos móveis (Google Play e App Store). Depois de descarregada, instala-se como outra aplicação. Trabalhando com Linux, descarreguei a AppImage de Linux (mais tarde, a versão Android, para o meu tablet); mas tudo o que se segue é independente do sistema operativo utilizado.
Uma vez instalado, abra o programa. Aparecerá um ecrã no género do da imagem seguinte
- talvez em inglês; mas o idioma é uma das múltiplas personalizações possíveis: é só tocar o ícone respetivo (na imagem, à esquerda de “Português do Brasil”) e escolher o idioma pretendido (existe também o português europeu);
- a coluna da esquerda já tem algum conteúdo — a sua, certamente, estará vazia.
Vamos dar os primeiros passos:
A explicação visual dos primeiros passos com Obsidian é mais clara do que a explicação textual que poderia ser dada aqui. Por isso, gravei um vídeo, o primeiro de uma série sobre Obsidian, que coloquei no Youtube.
- A explicação é feita através de exemplos (para já, de fichas de apontamentos sobre filosofia; mas está convidado a adaptar aos temas do seu interesse).
- Com as fichas criadas, já é possível ter uma ideia (ténue que seja) do potencial do Obsidian; por exemplo, através da visualização gráfica das ligações entre fichas.
- Pode vê-lo aqui.
- Já agora… se gostar, por favor, coloque um Gosto (nem que seja como incentivo para eu prosseguir ;-)) e inscreva-se no canal. Obrigado.
O objetivo deste artigo e vídeo foi apenas o de dar a conhecer o Obsidian e iniciar o trabalho com ele, tentando que o leitor anteveja as potencialidades desta ferramenta, que serão mais visíveis em futuros artigos ou vídeos. Espero que goste!