[O texto seguinte foi construído a partir do manual do 10º ano A Arte de Pensar]
Nem todos os problemas são filosóficos: também há problemas científicos, literários, quotidianos, religiosos,… Como podemos então distinguir os problemas que são filosóficos dos que não são filosóficos?
Os problemas científicos não são filosóficos porque não podem ser resolvidos recorrendo exclusivamente ao pensamento. Ao contrário, os problemas filosóficos não podem ser resolvidos recorrendo à experimentação científica, à observação, à autoridade ou ao cálculo matemático. Para tentar resolver os problemas filosóficos, recorremos exclusivamente ao pensamento (embora possamos usar informação empírica, obtida pelas ciências ou pela observação).
É por isso que dizemos que a filosofia é um estudo a priori. Isto significa que a filosofia se faz unicamente com o pensamento. Conhecemos algo a priori quando o conhecemos sem recorrer à experiência. Conhecemos algo a posteriori quando o conhecemos recorrendo à experiência. Por vezes, chama-se também «racional» ao conhecimento a priori e «empírico» ao conhecimento a posteriori.
(A filosofia é, em parte, como a matemática, pois ambas se ocupam de problemas que não se podem resolver recorrendo à experiência empírica – temos de os resolver recorrendo ao pensamento. Mas, ao contrário da matemática, não há na filosofia métodos formais de prova).
DESAFIOS: Justifique se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas:
- Imagine-se que queremos saber se há vida em Marte. Como não podemos ir lá, só é possível resolver este problema unicamente através do pensamento.
- Imagine-se agora que queremos saber qual é o resultado de multiplicar 25 por 4. Este não é um problema resolúvel a posteriori, mas, por outro lado, também não é filosófico.
- Podemos decidir se os animais têm direitos ou não de modo empírico.
- “Será que a vida tem sentido?” e “Será que Sartre (um filósofo falecido em 1980) defende que a vida tem sentido?” são 2 problemas filosóficos.