O panteísmo é uma teoria filosófica. Defende que Deus é tudo e tudo é Deus; Deus e o universo são um.
O panteísmo distingue-se
- do panpsiquismo, segundo o qual tudo é vivo ou pensante;
- do penenteísmo, segundo o qual o mundo é Deus, mas Deus é mais do que meramente o mundo.
Um dos filósofos “etiquetados” de panteísta é Avicena (980-1037). E, ainda mais, Espinosa (1632-1677).
Como escreve Nigel Warburton, em Grandes Livros de Filosofia (Lisboa: Edições 70, 2001, p. 72), Espinosa, enquanto panteísta, defende que
“só pode haver uma substância (posição conhecida por monismo) e que essa substância é Deus. As consequências de tal conceção é que tudo o que existe, existe de alguma forma em Deus. Deus não criou a natureza, Ele é a natureza. Espinosa refere “Deus ou a Natureza”, equiparando, aparentemente, os dois. O pensamento e a extensão (a ocupação do espaço físico) são apenas dois dos infinitos atributos divinos, aqueles a que temos acesso”.
José Carlos Ary dos Santos deu o título de Panteísmo a um dos seus poemas. Convido o leitor a analisá-lo e a justificar se esse título foi bem escolhido (por favor, use a caixa de comentários).
PANTEÍSMO
De mãos postas adoro o temporal
No altar do vento norte que assobia
E ajoelho-me na frente da alegria
Comungando a loucura do meu mal.Rezo às colmeias e ao sabor do sal
Desprezando os espinhos da agonia;
Mordo a carne a sangrar do meio-dia,
Numa fome de vida sem igual.Que me importa a minha alma, só, perdida,
Se nela tenho, alucinada e forte,
A chama dum vivíssimo farol?Se eu amo a vida hei de adorar a vida,
O sonho, as ilusões, a própria morte,
Tendo por Deus o resplendor do Sol!
Também as Odes Modernas de Antero de Quental incluem um conjunto de poemas com o título geral de Panteísmo. Encontra-os aqui, com algumas “linhas de leitura”.