PESSOA, Fernando (1888-1935)

Fernando Pessoa

Poeta português. A sua obra foi publicada sob os nomes de Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Fernando Pessoa. Os três primeiros são heterónimos (e não pseudónimos, como o próprio Pessoa fez notar).

  • Nasceu em Lisboa, em 13.6.1888, e morreu na mesma cidade, em 30.11.1935.
  • Com a idade de quatro anos, fica órfão de pai. Dois anos depois, a mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa, cônsul em Durban, África do Sul, para onde parte Fernando Pessoa, com 7 anos de idade, na companhia da mãe. Em Durban, faz a sua escolaridade até completar o ensino secundário.
  • Em 1905, regressa definitivamente a Lisboa. Matricula-se no e passa episodicamente pelo Curso Superior de Letras, que abandona em 1907.
  • Monta uma tipografia (a Empresa Íbis — Tipografia Editora), que mal chega a funcionar, e adota a profissão de correspondente comercial em língua estrangeira, a qual lhe concedia muitas horas livres para a congeminação, a produção literária e a conversação com amigos.
  • Pessoa só publicou em vida, e tardiamente, Mensagem, “um livro de poemas formando realmente um só poema”, como o descreveu o autor. Aprontado em 1934 para concorrer a um prémio do Secretariado da Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro, obteve um prémio, que, entretanto, deu origem a equívocos, sendo considerado por vezes um prémio de segunda categoria [leia aqui a história desses equívocos].
  • Quando morre, além de Mensagem, estava publicada apenas uma escassa parte do que escreveu, poemas e textos em prosa dispersos por folhetos, jornais e revistas. Portanto, ficou inédita a quase totalidade da sua vastíssima obra, a famosa “arca”, repleta de milhares de documentos postumamente publicados (ou ainda por publicar).
  • Em 1912, começou a colaborar na revista A Águia, a grande (respeitada) revista da época, onde publica o seu primeiro artigo de crítica literária e com cujo nacionalismo se identifica. A Águia foi o órgão da autodenominada Renascença Portuguesa; a maior parte dos números foi publicada sob a direção de Teixeira de Pascoaes.
  • Em 1915, participou na revista literária Orpheu, de que saíram apenas dois números (embora Pessoa tenha preparado três, juntamente com Mário de Sá-Carneiro, que considerava os escritores da Renascença uns “pacóvios provincianos”, na expressão de Rita Lopes). A revista é muito importante porque, citando Teresa Rita Lopes, foi o encontro dos literatos portugueses, da literatura portuguesa, com a modernidade.
  • Em 1927, inicia a sua colaboração com a revista Presença.
  • Maria Almira Soares (Fernando Pessoa : ortónimo, Livro do Desassossego, Heterónimos, Mensagem. Alfragide : Texto, 2017) escreveu: Podemos avaliar a visibilidade da presença de Pessoa na sua época seguindo o rasto das revistas literárias em que participou ou em cuja criação colaborou: A Águia, Orpheu, Portugal Futurista, Contemporânea, Athena e Presença. A sua relação com estas revistas marca a importância que teve para três gerações literárias: a da Renascença Portuguesa de Teixeira de Pascoais; a de Orpheu e publicações sucedâneas, com Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro e outros; a da Presença, com José Régio e outros (p. 9).
  • ||| O texto Fernando Pessoa: Poesia e Metafísica analisa as relações entre Filosofia e Poesia, tomando como exemplo Fernando Pessoa; explica ainda os heterónimos à luz da meditação metafísica sobre o mistério do ser.
  • ||| Pessoa… e o coração: no segundo de um conjunto de textos subordinados ao tema Maio, mês do coração, poemas de Fernando Pessoa. O coração anda espalhado pelos versos dos poetas.
  • ||| Pessoa, tradutor (de A Voz do Silêncio).
  • ||| Alberto Caeiro: Pensar incomoda como andar à chuva / Quando o vento cresce e parece que chove mais.
  • ||| Tabucchi, tradutor de Pessoa.
  • ||| Tom Jobim canta Pessoa/Caeiro: O rio da minha aldeia.
  • ||| Álvaro de Campos (heterónimo de Pessoa) nasceu a 15 de Outubro (com o seu poema Aniversário, dito por Adriana Dearo Del Bem).
  • ||| Autopsicografia, poema de Pessoa recordado no dia mundial da poesia 2015.
  • ||| A tese de doutoramento de Teresa Rita Lopes, reconhecida estudiosa de Pessoa, estuda a natureza dramática dos textos pessoanos. Em entrevista (“podcast” da RTP Bloco de Notas), esclarece que “cada heterónimo constitui um drama, um monólogo dramático, e todos juntos fazem outro drama; porque estão sempre em interação, respondem-se uns aos outros, contrariam-se uns aos outros ou apoiam-se — excecionalmente; normalmente, contrariam-se — e entram também em interação com o próprio Pessoa”

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