TABUCCHI, Antonio

O editorial da revista francesa Les inrokuptibles de 28 de Março dedica uma nota (com o título ciao camarade) a Antonio Tabucchi, recentemente falecido [a 25 de março de 2012. Nasceu a 24 de setembro de 1943]. Traduzo, para os leitores d’O meu baú que não têm acesso à publicação:

Uma das vozes mais importantes da literatura italiana acaba de  desaparecer. Nascido em Pisa em 1943, o escritor Antonio Tabucchi, cuja infância foi profundamente marcada pela guerra e as suas  cicatrizes, terminou hoje a sua vida em Lisboa, a 25 de março de 2012, após longa e firme oposição à política corrupta, ao cinismo,  à vulgaridade de Silvio Berlusconi — e após ter lutado pela causa dos ciganos. Tendo-se tornado um clássico da literatura italiana, Antonio Tabucchi era uma voz política, definitivamente, corajosamente, mas não exclusivamente: poético, acima de tudo e antes de tudo, o romancista tradutor de Fernando Pessoa partilhada com o seu mestre lisboeta o gosto pelas identidades frágeis, sempre ameaçadas pela dissolução, prontas a entrar em colapso (Requiem, 1992; Afirma Pereira, 1994). A sua obra, iniciada em 1975, com Piazza d’Italia (a história de seu país através de três gerações de anarquistas da Toscana), não terá deixado de encenar destinos de perdição em vias de colisão, como em Notturno Indiano [1984), prémio Médicis, e cuja adaptação ao cinema por Alain Cerneau deu a conhecer Tabucchi ao mundo inteiro. Este não está em vias de o esquecer.

||| O meu baú publicou uma síntese de Afirma Pereira.

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