SONS # 16 We insist!

Jazz Magazine

A edição de Maio de 2013 da revista francesa Jazz Magazine tem um tema forte: 50 anos de músicas negras em 150 discos essenciais. Inicia, por opção justificada, nos anos 60 do século XX e avança até 2010.

O primeiro disco apresentado é We Insist! Max Roach’s Freedom Now Suite, um álbum de jazz do baterista e compositor Max Roach. Contém uma suite que Max Roach e o letrista Oscar Brown tinham começado a desenvolver em 1959, com vista à apresentação em 1963, para comemorar o centenário da Proclamação de Emancipação (por Lincoln, a 1 de janeiro de 1863: abolia-se a escravatura nos dez estados revoltosos, durante a Guerra Civil dos Estados Unidos). A edição é de 1960 (da editora Candid), um ano em que a luta pelos direitos civis alcançou, nos Estados Unidos, uma massificação crítica.

Max Roach

O disco é composto por cinco faixas respeitantes à Proclamação e aos crescentes movimentos de independência africana dos anos 50 do século passado:

  1. Driva Man
  2. Freedom Day
  3. Triptych: Prayer/Protest/Peace
  4. All Africa
  5. Tears for Johannesburg

Apenas Roach e Lincoln participam nas cinco, e numa delas aparece como convidado um dos inventores da interpretação do jazz no saxofone: Coleman Hawkins. Músicos participantes:

Abbey Lincoln (voz), Coleman Hawkins (sax tenor), Walter Benton (sax tenor), Booker Little (trompete), Julian Priester (trombone), James Schenck (baixo), Michael Olatunji (conga), Raymond Mantillo (percussão), Tomas du Vall (percussão), Max Roach (bateria).

 

A revista apresenta o disco, nestes termos:

Um disco maior na história da música afro-americana onde, apoiado pelo letrista Oscar Brown, Jr., o baterista e compositor Max Roach traça, 95 anos depois da abolição da escravatura, uma panorâmica pungente da história dos negros americanos, da escravatura em luta pelos direitos civis. Uma profunda harmonia musical, espiritual, política e amorosa une Max Roach à cantora Abbey Lincoln [sua mulher], a qual, num jeito trágico, empresta a sua voz ao libreto de Brown, acrescentando-lhe os seus gritos, sussurros e vocalizações (Prayer/Protest/Peace). Booker Little, Julian Priester, Walter Benton e Coleman Hawkins (que encontra em Driva’Man uma segunda juventude) estão ao serviço de uma secção rítmica selvagem e tensa onde Roach está rodeado por três percussionistas, entre eles, o nigeriano Olatunji (All Africa). Raramente se tinha visto no jazz tamanha força poética e musical e uma tal adequação entre o fundo e a forma. Uma obra-prima!

Alguns dados foram extraídos do artigo da Wikipedia sobre We insist… Quer ler algo mais sobre o disco? pode fazê-lo aqui (em francês).

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