5 funções essenciais duma máquina reflex

Na Réponses Photo no. 249, de dezembro de 2012, J-C Béchet analisa as cinco funções (que em seu entender são) verdadeiramente essenciais e que é necessário conhecer numa máquina fotográfica reflex digital. E são as seguintes:

  1. Escolher o modo de exposição. Os vários modos estão facilmente acessíveis através do disco de modos (ver imagem). Dos 4 modos PSAM (por não terem qualquer utilidade, esqueça os “modos assistidos” como retrato, paisagens, fotografia noturna…), os P, S e A funcionam quase do mesmo modo (o delicado M, indispensável em estúdio, é para quem domina as noções de velocidade, diafragma, densidade… e tem um fotómetro à mão):
    • com P, é a câmara que ajusta automaticamente a velocidade de obturação e a abertura (veja aqui o que é isto), para obter uma exposição ótima na maioria das situações. É omodo recomendado para instantâneos;
    • em S, o fotógrafo escolhe a velocidade e a máquina, a abertura;
    • em A, é o contrário: o fotógrafo escolhe a abertura e a máquina, a velocidade. É este último o modo preferido pelo autor do texto — e por mim, também.
  2. Conhecer as sensibilidades ISO (ASA). Aconselha-se fazer algumas fotos, a cores e a preto e branco, com altas sensibilidades, e ver, em papel e não no ecrã, se os resultados (quais os que) agradam. Segundo o texto, 400 ISO é o valor mais universal, quando se usa um zoom standard que abre a f:3,5-5.6 (e salvo situações específicas como quando se quer reduzir a profundidade de campo ou há ambientes de forte iluminação…). Na maior parte dos casos, eu prefiro que seja a máquina a escolher esse valor (escolho ISO automático).
  3. Compreender o sistema AF. Dada a diversidade das marcas e modelos das máquinas, é necessário estudar as subtilezas de auto-focagem que cada uma oferece. O que faço com mais frequência é focar o ponto que me interessa (tratando-se de pessoas, por exemplo, em princípio serão os olhos), bloquear essa focagem (veja no seu manual como se faz. Na minha, e em muitas outras, consegue-se mantendo o botão do disparo ligeiramente pressionado) e a seguir compor a fotografia e disparar (sem, entretanto, largar o botão de disparo).
    (Pode escolher o modo em que a câmara focará, quando estiver na posição de AF: utilize os menus de ajustes).
  4. Interessar-se pelo sistema de medição (os símbolos que indicam os modos variam conforme as marcas. A imagem seguinte apresenta os da Canon).

    • Atualmente, há uma tendência geral para a medição multi-zonas (matricial): a câmara fotográfica calcula a exposição correta dividindo o cenário em diversas zonas, para uma exposição correta em toda a fotografia, em vez de ser apenas num ponto específico. Mas, atenção: particularmente quando há grande contraste entre determinadas áreas da imagem, é provável que a máquina não consiga avaliar adequadamente se a área mais importante é a das sombras ou a das altas luzes; nestas situações, este modo é inadequado.
    • Medição da luz ponderada ao centro, indicada por [ ]: a câmara mede a totalidade do enquadramento mas concede uma maior importância à zona situada no centro do enquadramento (na minha máquina, com 8 mm de diâmetro, a qual é mostrada por meio do correspondente círculo de referência de 8 mm no visor de imagem). O centro da imagem terá uma exposição adequada, podendo o resto estar sobrexposto ou subexposto. É a medição clássica para realizar retratos.
    • Medição localizada ou pontual [o]. A câmara mede um pequeno círculo do enquadramento, centrado dentro da zona de focagem atual. Deste modo, é possível efetuar a medição de um tema fora do centro. Este sistema garante uma exposição correta do tema, mesmo quando o fundo é muito mais brilhante ou muito mais escuro.
    • O sistema matricial ou o ponderado ao centro “resolve” a maioria das situações. Escolha um ou outro e mantenha-se nele: se for necessário, recorra ao bloqueio da focagem, como acima foi referido (ou à compensação da exposição). A máquina fotográfica, diz J-C Béchet, é como o Photoshop: há muitas vias para chegar ao mesmo resultado e é inútil conhecê-las todas.
  5. Utilizar devidamente os sistemas de informação sobre a fotografia, designadamente, o histograma (se não sabe o que é isso, veja aqui). O histograma dá indicações bastante úteis para uma avaliação da fotografia; mas
    • deve aprender-se a interpretá-lo (o autor, por exemplo, diz preferir os histogramas puxados para a esquerda, sinal de uma ligeira subexposição — veja aqui o que é a sobrexposição, a subexposição e como controlar a exposição); no fim de contas, é a imagem e não o histograma que conta;
    • não há necessidade de exager no recurso ao histograma, examinando-o atentamente após cada disparo; bastará obter algumas indicações com uma olhadela frequente e rápida.

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