A. Valdemar Oliveira: 2020 em distrações várias

Convidei alguns dos meus amigos para nos revelarem os seus top de 2020: livros, filmes, discos, notícias… o que entendessem que mereceria ser destacado. Depois das 5 peças de Rolando Almeida, é a vez das confidências de A. Valdemar Oliveira.


Em outra ocasião, Valdemar Oliveira já nos propôs 10 filmes sobre cinema e literatura e ética, em quatro artigos (este, onde encontramos também dados biográficos seus; este; este e este).


Copos e cromos, discos e outras distrações para o confinamento

O ano de 2020 tinha tudo para ser inesquecível pelas melhores razões, mas um vírus vindo da China alterou tudo. Entre confinamento e recolher obrigatório, de sorrisos escondidos atrás de máscaras médicas, o planeta andou aos trambolhões e, na altura da escrita deste texto, só em Portugal, estamos a falar de quase 6 mil mortos e, no mundo inteiro, mais de 1 milhão e meio. Para um bicho invisível a olho nu, é obra! Quem disser que “podia ser pior” está a mentir!



Devido ao confinamento, decidi finalmente ler
As Ondas de Virginia Woolf.

"As Ondas", sugestão de leitura de A. Valdemar Oliveira

Sendo um fanático da escritora, a minha opinião sobre o livro estará viciada à partida, mas, confesso, a leitura desta obra algo estranha deu-me um prazer imenso, como de costume, aliás, quando se trata da senhora em questão. Muito prazer, caro Percival!

Como todos sabemos, o confinamento é tempo de álcool e doces. Talvez a pensar nisso, o meu vizinho engarrafou a suas tourigas nacionais de 2019 e fez um mono-casta de excelência. Foi a companhia ideal para os monólogos de As Ondas.

Se, cá pela zona Oeste, já tinha fama pelo seu belíssimo vinho a granel, ganhou certamente muitos fãs com este líquido, embora, confesso, eu não seja propriamente apreciador de mono-castas. Mas dei um desconto.

Com um livro na mão e um copo na mesa, o que é que apetece mais?

[leia algo sobre o disco Madrepérola]

Capicua, a minha raper favorita, pois claro, com uma coleção de canções naquele estilo inconfundível, capaz de meter, num só poema, ideias que vão do Che Guevara ao Castelo do Queijo, do Zeca Afonso à Circunvalação. Adoro-te, Capicua!

Mas, como todos sabemos, um disco não se aguenta os 3 meses de confinamento. É preciso variar e nada melhor que um filme.

"Parasita", um filme sugestão de A. Valdemar Oliveira

Parasita arrasou nos Óscares de 2020, deixando para trás toda a concorrência. Até dá a impressão de que a Academia de Hollywood começou a ganhar bom-gosto – coisa que só a espaços tem demonstrado. É um daqueles filmes que obriga a uma segunda visualização, tal é a quantidade de pormenores que passam à frente do espetador. Está ali guardado para uma revisão.

Enquanto bebia, ouvia música e via filmes, deu-me a fome e decidi mandar vir uma daquelas pizzas de plástico duma marca conhecida. E do que é que eles se foram lembrar, para companhia de isolamento?

Cromos: uma distração de A. Valdemar Oliveira

De me oferecer uma caderneta com cromos, para começar uma coleção. Não é que eu seja grande colecionador, seja do que for, mas, já que estamos fechados em casa sem fazer nada, porque não? E assim regresso aos meus 15 anos e ao tempo da troca dos cromos do Eusébio.

[uma obra de A. Valdemar Oliveira]

Um excelente Natal para todos e um 2021 sem vírus!


||| Primeiro artigo desta série: Rolando Almeida: 5 peças de 2020 para a (sua) posteridade.

||| A. Valdemar Oliveira fez outra síntese de 2020, em 5 discos

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