Todos os dispositivos portáteis têm uma bateria. A vida útil desta depende da tecnologia de fabrico, do dispositivo onde é utilizada, do uso que se lhe dê… e do modo como é (re)carregada.
Ficam, a seguir, algumas indicações para uma mais longa vida útil dessas baterias e uma maior autonomia. Indicações que variam, conforme o tipo de baterias.
- O “efeito memória” produz-se nas baterias quando se carregam sem estar totalmente descarregadas e levam a uma perda definitiva da sua capacidade.
- Esse efeito afeta as baterias Ni-Cd (de níquel e cádmio) e, em menor grau, as Ni-MH (de hidreto metálico de níquel).
- Por isso, tanto umas como outras devem ser descarregadas totalmente antes de as recarregar; de qualquer modo, devem ser totalmente descarregadas uma vez por mês ou, no máximo, cada três meses.
- As cargas parciais não têm efeito negativo.
- As baterias Li-Ion (de iões de lítio) são as mais usadas atualmente em dispositivos portáteis.
- Não sofrem o “efeito memória”, pelo que podem ser carregadas de forma descontínua; ao contrário das anteriores, o ciclo de carga pode ser interrompido e deve evitar-se que sejam totalmente descarregadas antes de nova carga.
- Mas podem perder capacidade por uso inadequado ou por outros fatores como a temperatura.
- Fora de uso (sobretudo por um período prolongado), todas devem ser guardadas
- em local seco e fresco;
- desligadas de qualquer dispositivo ou carregador
- e com um determinado nível de carga:
- as Ni-Cd e Ni-MH, totalmente carregadas;
- as de lítio, com cerca de 40% (dependendo também da temperatura, uma bateria com carga de 100% pode perder permanentemente, durante um ano, 5 vezes mais capacidade do que se a carga fosse de 40%). Podem guardar-se no frigorífico, dentro de um saco hermético — mas, repito, nunca totalmente carregadas ou descarregadas.
- O calor e o frio afetam as baterias (por exemplo, abaixo de 0º C, as de lítio podem deixar de funcionar). Por isso, aquando de uma utilização intensiva sobretudo de portáteis, é recomendável usar um ventilador.
- Para prolongar a autonomia da bateria,
- configure os planos de energia — eventualmente, crie um plano adaptado a si. Se não sabe como se faz, a Micrososft explica — para o Windos XP, para o Vista, para o 7 e para o 8. Para os smartphones e tablets há imensos programas de gestão de perfis de energia; é só procurar no respetivo centro de aplicações: por exemplo, Juice Defender (para Android) ou Green Phone (para Symbian);
- se não vai utilizar o equipamento por algum tempo, veja se é melhor
- desligá-lo totalmente (se o período de interrupção é grande. Desvantagem: maior demora no arranque);
- ou apenas suspendê-lo (se o período de interrupção é breve; a máquina passará ao estado de repouso quase instantâneo e rapidamente voltará ao ponto anterior ao repouso. Desvantagem: alguns componentes continuarão a ser alimentados, o que supõe um consumo, ainda que mínimo);
- ou então hiberná-lo (a informação localizada na RAM é guardada no disco, pelo que o futuro arranque será mais rápido, embora mais demorado do que no caso da suspensão: aquele conteúdo será de novo transferido para a RAM. Durante o repouso, não haverá consumo de energia);
- mantenha abertos apenas os programas de que está a servir-se, bem como as tarefas executadas em segundo plano (já aqui tratei este tema). Incluindo nos tablets e smartphones, pense se quer mesmo opções como um fundo de ecrã animado, que pode encurtar de forma sensível a duração da carga da bateria;
- mantenha atualizados
- o antivírus (vírus e malware, além do mais, consomem energia)
- e o firmware (conselho válido não apenas para computadores como ainda para tablets, smartphones, máquinas fotográficas, consolas,…);
- desfragmente os arquivos (arquivos fragmentados exigem maior movimento das cabeças do disco, logo, mais energia). Os últimos Windows não requerem grande cuidado, porque eles próprios tratam dessa tarefa; se usa o XP e se necessário, utilize esta ajuda da Microsoft;
- controle o brilho do ecrã. Se necessário, consulte o manual do seu equipamento: muito provavelmente, terá uma combinação de teclas para aumentar ou diminuir o brilho (nos smartphones, tablets e dispositivos do género costuma haver um sensor de luminosidade para adaptar o brilho às condições ambientais);
- se não os utiliza, desligue discos externos (vai trabalhar com ficheiros que estão em disco externo? copie-os para o disco interno e desligue aquele), pendrives, ligação sem fios à Internet, ligação por Bluetooth,…
[texto plagiado da revista Computer Hoy nº 334. Ilustração rapinada daqui.]
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As Ni-MH parecem-me as mais manhosas. Uso-as na Canon powershot (compacta) e a longevidade é miseável. Já nem falo da marca Lidl que ultimamente se tem revelado uma fraude. Não fazem nem 1/3 das recargas anunciadas…
Das Li-on tenho ideia de que, se não nos esquecermos das recargas duram e duram…
As de chumbo/gel das biclas eléctricas, curiosamente tb viciam. Recentemente recuperei (?!) um conjunto de 3 de 12v (36v) descarregando-as totalmente (até 0v) e recarregando-as imediatamente.
A descarga durou 24 horas, a recarga cerca de 11. Resultado final: consegui triplicar a autonomia das ditas.