Fátima: visões religiosa, política e social das aparições

À volta das “aparições” de 1917 em Fátima, à volta do ano de 1917, à volta de outras aparições, gira o nono episódio do nosso podcast “Clássica Mente” (e terceiro da secção “Clássica Mente do Contra”, agora com nome mudado para “Contrária Mente”). Fátima, olhada por uma perspetiva (nacional e internacional) religiosa, política e social. Com um fundo financeiro sempre presente.

(Um parêntesis: no presente episódio, aparecerá repetidamente a palavra aparição; decida o ouvinte/leitor se a quer entre aspas ou sem elas).

Pisa-se um terreno polémico (na realidade, pisam-se vários terrenos polémicos), sendo aqui “polémico” sinónimo de desencadeador de reações ideológicas ou afetivas. Seja como for, estamos perante uma realidade que a todos interpela, crentes ou não-crentes.

9º episódio de “Clássica Mente”, 3º de “Contrária Mente”: as aparições de Fátima, sob os olhares religioso, político e social — nacionais e internacionais.

Ilustrações sonoras deste episódio:
. Extratos de discursos de Salazar
. Música dos Pink Floyd; Capital Inicial; Giovanni Francesco Anerio, Lodovico Buglio; André da Silva Gomes; Verdi; Igor Stravinsky; Dealema; Amália; Tony Carreira; José Afonso
. Patrícia Carvalho – “Fátima – Milagre ou construção?”
. Reportagem “Joao Paulo II em Fátima”

"Fátima, nunca mais", um livro do Padre Mário de Oliveira

Onde está Fátima: visões religiosa, política e social das aparições?

Se já adicionou o Clássica Mente ao seu leitor de podcasts preferido, já deve ter chegado lá; para ouvir online ou descarregá-lo para o ouvir sem estar ligado à Internet.


Se ainda não o fez e o quer adicionar, o endereço RSS do Clássica Mente é:
https://www.ivoox.com/pt/ptpodcast-classica-mente_fg_f11147147_filtro_1.xml
Precisando de ajuda, encontra alguma nestes artigos:

  • “Clássica Mente”, um podcast do Baú: índice dos vários episódios de Clássica Mente. E indicações sobre como o adicionar ao seu leitor de podcasts preferido.
  • Ouvir podcasts: exemplifico com AntennaPod, uma aplicação gratuita para Android, mas indico outras aplicações/programas.

Se ainda não usa nenhum leitor de podcasts, sugiro que pense em usar: e não é só porque os podcasts estão na moda e a produção é enorme; é também e sobretudo porque há podcasts que vale a pena seguir.


Entretanto, pode ouvir o episódio sobre as aparições de Fátima em dois sítios diferentes (coloquei em mais do que um, não vá o diabo tecê-las e ele ser apagado em algum deles).

  • Em iVoox e…
  • … em Archive.org, uma organização sem fins lucrativos dedicada a recolher todos os sítios web a que se pode aceder.

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||| Lista de todos os episódios do podcast: aqui.


3 thoughts on “Fátima: visões religiosa, política e social das aparições”

  1. Maria Celeste Raposo

    Gostei de ouvir o seu comentário sobre Fátima, pelo modo ordenado como relacionou os factos e os interpretou, pela música, pelo seu modo de falar sereno e por vezes irónico que me fez sorrir.
    Sou muito antiga e recordo-me de ouvir (no tempo em que se discutia política e religião entre amigos e família) creio que todos os argumentos por si expostos, só que na altura em tons de voz muito apaixonados. Uns que sim outros que não.
    Creio que o milagre do sol convenceu muita gente. Que ele pudesse ser reconhecido como fenómeno meteorológico, é bastante mais razoável como interpretação, do que a ideia de que talvez fosse um ovni. Mas não era uma falsificação, estava lá muita gente, ficaram assustados, encharcados e logo enxutos e…imagine-se (este é o seu tipo de graça irónica) “calhou ” naquele dia. Foi este ” calhar” que disse às pessoas que havia ali algo estranho. Milagre ? Pois é assim que as pessoas chamam quando há coincidências muito a propósito. É que os crentes, acreditam que, embora não vendo Deus, o sentem ou pressentem em muitas ocasiões muito menos espalhafatosas. Que algum aproveitamento político e religioso tenha havido, não duvido. Mas não estamos na Terra, não continuamos num mundo imperfeito, cheio de todos nós imperfeitíssimos ? Porque é que a Igreja Católica havia de ser divinamente perfeita? Que há lá comércio – pois claro, onde há muita gente costuma haver comércio e às vezes por motivações muito menos justificáveis e até prejudiciais. As pessoas vão em peregrinação. a pé, de carro ou em transportes, juntam-se ali PARA ORAR . E gostam de se sentir a orar numa grande comunidade . Não é fogo de artifício que estão a ver, é algo diferente que SENTEM. SENTIR é uma coisa dificil de explicar. Nada como ir lá, num 13 de Maio. Experimente.
    Eu fui poucas vezes em dia de peregrinação, mas nunca me esqueci de uma dessas vezes termos dormido no carro e comido a “merenda” que a minha Mãe tinha arranjado, ainda não havia hotéis e foi incómodo, cansativo. Recordo muitas poucas coisas desse tempo mas não esqueci essa noite em Fátima. Porque ali há alguma coisa de extraordinário. Tenho vontade de lá voltar na noite de 12 para 13 de Maio de preferência, justamente para ter a oportunidade de tentar novamente experimentar a mesma sensação. Quem sabe terei endurecido demasiado para voltar a sentir o mesmo, mas merece a pena tentar. Não é só à razão e aos raciocínios que temos que atender, porque a nossa vida é muito mais feita pelos sentimentos.Comemos e bebemos do que gostamos fugimos de sítios onde cheira mal etc etc.
    Não suspeite sequer que os crentes e não crentes que lá vão não têm dúvidas sobre a Verdade do que aconteceu lá no tempo das aparições, nem que nunca ouviram ou leram as mesmas coisas que referiu neste podcast. Mas a Verdade … foi para tentar aproximar-me dela que fiz Filosofia depois de Sociologia, mas a Verdade … continua a fugir-me no horizonte. Saúdo-o e cumprimento-o se está sempre com ela.
    Saudações cordiais

    1. Olá, Celeste! Obrigado pelo seu excelente comentário. Parece-me que estamos mais de acordo do que poderá concluir-se das suas palavras (se bem as li).

      Tenho do fenómeno (sobretudo do de Fátima, que conheço melhor) não apenas uma visão da “razão e dos raciocínios”: já estive em Fátima (e em Lurdes) mais do que uma vez, como crente e como “não tão crente”; que lá se sente “alguma coisa de extraordinário”, é verdade que se sente — como se sente em lugares de silêncio, como nas montanhas, ou em lugares de multidões. Veja-se o que aconteceu junto do estádio do Sporting, aquando da recente vitória no campeonato ou o que acontece em situações semelhantes; nunca estive numa sessão de Umbanda, mas pela descrição de quem já lá esteve sou capaz de imaginar o que acontece num desses terreiros. A psicologia das massas ajuda-nos a perceber isso — mas não se conclua daqui que advogo o fim ou a proibição do que quer que seja (eu próprio gosto do silêncio das montanhas ou da confusão das, de algumas, multidões). Ainda que me impressionem, muito negativamente, alguns aspetos, como o sofrimento desmesurado de alguns peregrinos, fora e dentro do recinto do santuário, desmesurado e em alguns casos condenável, particularmente quando envolve crianças ou até bebés. O que está subjacente é uma ideia da religião e de Deus que tem pouco de humano; não posso acreditar num Deus-pai desse tipo, porque eu próprio não me imagino a ser um pai assim.

      Em 1917… se a isso juntarmos a fome que havia em Portugal, o analfabetismo, as guerras internas (e não apenas a grande guerra), o anticlericalismo (a Igreja precisava de uma Fátima…) e o resto que se sabe — temos o cenário que pode explicar o sucesso de Fátima e o insucesso de outras aparições muito semelhantes, como a de Folhada, que refiro, ou a da Senhora da Ortiga, também na freguesia de Fátima, em 1758, aonde Lúcia ia com a família.

      O próprio “milagre” do Sol, olho-o sob esta perspetiva. As pessoas que estiveram presentes descrevem coisas diferentes (não seria de supor que todos vissem o mesmo?). Explicações científicas não faltam para quem estiver na disposição de se distanciar criticamente do relatado (há notícia de o fenómeno ter sido observado em outros sítios): como um parélio, por exemplo. Mas a fé opera milagres; não creio haver problema em crer em milagres, mas isso não impede que reflitamos sobre eles e sobre a própria natureza e possibilidade dos milagres — um tema interessante, que está para além dos objetivos deste episódio do podcast mas que não está livre de, um dia destes, cair nas suas malhas 😉

      Mais uma vez, obrigado pelo seu comentário.
      Continuação de boas reflexões (e de boas fotografias)!
      Cumprimentos.

  2. Maria Celeste Raposo

    Pois. Também me pareceu que as posições não seriam assim tão diferentes, senão não teria respondido.
    Por acaso Lurdes não me deu a mesma sensação de Fátima, mas deu-me a sua sensação de comércio…
    Entre nós e o divino está sempre “A nuvem do não- saber”, mas não desistimos de espreitar ou de subir às árvores e esperar que nos chamem como outros tantos Zaqueus.

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