Modos de balanço de brancos em fotografia

Automático - balanço de brancos

Tungsténio - balanço de brancos

As duas fotografias anteriores são, digamos, a mesma fotografia. Ou antes, foram feitas nas mesmas condições de iluminação: a diferença está no balanço de brancos.

O balanço de brancos

Vou assumir que o meu leitor sabe o que é e para que serve o balanço de brancos. Se assim não for, peço que leia o texto O balanço de brancos, onde procurei explicar isso e referi os vários modos de balanço de brancos.

Balanco_brancos_simbolos

Os ícones do balanço de brancos da sua máquina serão semelhantes aos da figura anterior.

  • Há uma tendência para usar o modo automático: será a máquina a analisar a imagem e a “adivinhar” a compensação. No entanto, para resultados mais precisos, é boa ideia preferir uma das seguintes opções pré-estabelecidas (ou tentar várias, com várias fotos, a fim de depois poder optar); experimente, por exemplo, acentuar o fulgor alaranjado de um pôr do sol através da opção de balanço Enevoado.
  • Luz do dia: para as fotos em exterior com luz direta do sol em dia limpo. Experimente ainda para captar as cores de um pôr do sol ou fogos de artifício.
  • Tungsténio: para fotografar (geralmente, em interior) sob lâmpadas de… tungsténio (as tradicionais incandescentes, que tornam o branco levemente amarelado).  Este modo baixa a temperatura da cor.
  • Sombras: para as fotos em exterior, em dia limpo mas… à sombra.
  • Fluorescente: supõe-se que se encontra num espaço iluminado por luzes fluorescentes (calibradas para produzir uma luz mais próxima da do dia).
  • Nublado: em dia nublado, a luz é um pouco mais fria (azul) do que em dia limpo, pelo que este modo compensa tornando a luz um pouco mais quente. Não é demais insistir em que estes modos são apenas estimativas; assim, o nublado pode dar melhores resultados do que luz do dia, dependendo de vários fatores em que a foto é feita, como a hora do dia. Repare na imagem tal como aparece no LCD da máquina e “aqueça-a” ou “arrefeça-a”, conforme os casos.
  • Flash: para situações em que o flash é a única fonte de luz. Se for conjugada com outra (a luz ambiente, por exemplo), será necessário ter isso em conta.

Balanço predeterminado

Balanço de brancos

Há casos em que os modos manuais antes referidos não são satisfatórios. Quando? genericamente, nos casos em que a cor é uma componente crítica (por exemplo, em fotografia de publicidade onde o rigor das cores seja importante) ou nos casos em que previamente se sabe de problemas com o balanço de brancos (como é o caso de quando se fotografam objetos com fontes de luz diversas — luz solar e tungsténio, por exemplo). Repare nas diferenças entre as fotografias reunidas na imagem anterior e consciencialize os problemas que isso levanta: quais as cores autênticas?

O balanço de brancos predeterminado é um modo de conseguir maior fidelidade de cores. Dito de forma simplista, foca-se um objeto de cor branca (uma folha de papel, por exemplo) e prime-se o botão de calibração de brancos respetivo.

O processo varia ligeiramente de máquina para máquina, até na designação (na Nikon D70S, chama-se balanço de brancos predeterminado; na  Olympus E-PL3, balanço de brancos de um toque) — procure no manual da sua. Genericamente, consiste em

  • selecionar o modo de balanço respetivo (na Nikon D70s, gira-se o botão WB até aparecer PRE);
  • colocar um objeto cinzento ou branco neutro iluminado pela luz que iluminará a fotografia, de modo a que ocupe todo o visor e não haja nele nenhuma sombra;
  • fotografar esse objeto (neste caso, não se obtém nenhuma foto, mas a máquina memoriza um valor para o balanço de brancos, um valor que será utilizado quando, e só quando, se escolher o modo de balanço predeterminado. Esse valor será conservado, mesmo depois de desligada a máquina, até que haja outra medição).

Observações sobre o balanço predeterminado

  • Como objeto de referência, em vez de algo completamente branco prefira uma superfície cinzenta (não muito escura) e não refletiva. Por exemplo, os filtros de café.
  • Há dispositivos “a sério” alternativos à folha branca/cinzenta. O ExpoDisc tem a forma de um filtro típico, colocando-se na objetiva, em vez de junto ao objeto a fotografar. Pode ver aqui um exemplo.

Alternativa caseira ao ExpoDisc

  • O ExpoDisc é um dispositivo alternativo e com mais qualidade do que a folha de papel. Tem um senão: o preço. Mas há soluções mais económicas como o cartão cinza (aqui, em espanhol, o que é e como comprar no Ebay).
  • Há ainda soluções caseiras, mais baratas: já referi os filtros de café; experimente os lenços de papel (cuidado! com o tempo ficam amarelos); ou os potes como os da batata Pringles (passe a publicidade): coma o conteúdo, corte o fundo, limpe muito bem o interior (cuidado com as gorduras!) e coloque diante da objetiva, de modo a passar a luz… “como” faria com o ExpoDisc.

3 thoughts on “Modos de balanço de brancos em fotografia”

  1. Não perdeste o jeito de ensinar… :-))
    Já tinha lido sobre o expodisc e uns cartões cinzentos e brancos nuns sites yankees e fiquei curioso.
    Compraste (
    já) o expodisc?

    1. (Ainda) não comprei. Nem o ExpoDisc nem o cartão. Em relação ao ExpoDisc,
      . considerando o preço (na casa dos 100 euros);
      . considerando a utilização/rentabilização (escassa) do mesmo (não o usaria profissionalmente; o programa de edição de imagem dá conta do recado);
      . a relação preço/qualidade, segundo dizem, favorável aos Pringles (que custam na casa dos 2 euros — e ainda podes comer as batatas);
      . considerando outras alternativas (como os filtros de café);
      ….

      penso que não comprarei. 🙁

      Tu, que és engenhocas, facilmente farias algo para o efeito. Digo eu…

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