O resto é ruído

[Alex ROSS. O Resto é Ruído. Alfragide: Casa das Letras, 2009. Na Fnac, está aqui]

Hei-de voltar a este livro

(“magistral” é como lhe chama o Boston Globe. E eu concordo).

Nele, ouve-se, através da sua música, a história do século XX, “desde a Viena de antes da Primeira Guerra Mundial, até Paris dos anos vinte; desde a Alemanha de Hitler e da Rússia de Estaline, até à downtown de Nova Iorque dos anos sessenta e setenta. Acompanhamos a ascensão da cultura e da política de massas, a ocorrência das novas e espectaculares tecnologias, das guerras quentes e frias, de experiências, de revoluções, de tumultos e de amizades feitas e desfeitas”.

Tudo isto através de Strauss, Mahler, Schoenberg, Debussy, o Jazz, Ives e Ellington, Sibelius, o Bop, o Rock, os Minimalistas,… E terminam as quase 600 páginas com uma extensíssima bibliografia, um índice onomástico e uma lista de audições sugeridas. Entre as primeiras dez gravações recomendadas, está a Sagração da Primavera (e a Petrushka) de Stravinsky (na edição da Sony e interpretação da Columbia Symphony).

A Sagração, cuja estreia foi um escândalo, “profetizava um novo tipo de arte popular — estilizada e simultaneamente musculada, simples, mas sofisticada e inteligentemente selvagem” (p. 89), ainda que “a verdadeira ruptura chegou com a Grande Guerra” (p. 90)

[Dudamel estabelece um paralelo entre a Sagração e o heavy metal].

Hei-de voltar à Sagração com mais detalhe, numa outra oportunidade No texto A Sagração da Primavera de Stravinsky, a obra é analisada com mais detalhe. HojeAqui, deixo um pequeno extrato, numa “síntese” de 4 interpretações

[sobre a interpretação original de Nijinsky, escreve Ross: “a coreografia de Nijinsky desprezava os gestos clássicos em favor de uma quase anarquia. Diz a historiadora do bailado Lynn Garafola: ‘Os bailarinos tremiam, abanavam, estremeciam, batiam os pés com força, saltavam tosca e ferozmente, davam a volta ao palco dançando khorovods arrebatados.’ Por detrás dos bailarinos viam-se paisagens pagãs pintadas por Nicholas Roerich — colinas e árvores com cores estranhamente luminosas, formas oníricas.” (p.88)]:

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