Medir corretamente a quantidade de luz que tem a cena que queremos fotografar é importantíssimo para evitar fotografias subexpostas (demasiado escuras) ou sobreexpostas (com demasiada luz). A máquina sabe disso: se vê que o objeto a fotografar está escuro, procura compensar deixando que entre mais luz; ou se se apercebe de que há demasiada luz, procura restringir a quantidade que entra.
Mas, nem sempre as escolhas da máquina são as mais indicadas: ponhamos o caso de algumas zonas a fotografar estarem demasiado iluminadas e outras demasiado escuras… o que deve fazer a máquina? é aqui que entra o fotógrafo, a dizer-lhe: deves atender a esta zona e desprezar aquela… Escolher o modo de medição da luz é uma forma de dar essa indicação.
O que é isso?
Os símbolos da imagem anterior mostram diferentes modos de a máquina fotográfica medir a luz
Esses símbolos variam conforme as marcas, como já referi, num texto sobre 5 funções essenciais duma máquina reflex.
Recordando:
- Com a medição pontual (símbolo da direita), a máquina mede a quantidade de luz que incide numa região muito pequena da área fotografada
(por exemplo, na Nikon D70S, 1% da zona enquadrada: um círculo de 2,3mm de diâmetro, situado no centro da zona focada).
Como a luz é medida só nessa zona e a luz de outras é desprezada (ver, na imagem 2, a foto da direita), em princípio, este modo usa-se para obter uma exposição correta mesmo em situações em que o fundo é muito mais brilhante ou muito mais escuro do que a zona focada
(é, de certo modo, o caso das fotos da imagem 2).
Os amantes das macros também o preferem. - Medição ponderada ao centro (símbolo central): a máquina tem em conta a totalidade do enquadramento, mas concede uma maior importância à zona situada no centro
(na D70S, com 8 mm de diâmetro).
Ver o exemplo da foto central, na imagem 2. É a medição clássica para realizar retratos (consegue-se dar “protagonismo” à pessoa que aparece no centro da imagem, “desprezando” o fundo). - Medição matricial (símbolo da esquerda): a exposição é ajustada atendendo a todas as zonas fotografadas. É a utilizada na maioria dos casos (é provável que, também na sua máquina, seja o padrão), nas fotos em que nos interesse um equilíbrio de luz entre as zonas escuras e as mais iluminadas.
As situações mais problemáticas serão as de forte contraluz
(ver a foto da esquerda, na imagem 2).
Nestes casos, o problema poderá resolver-se com a utilização do flash ou de outra fonte de iluminação adicional ou jogando com a compensação da exposição — ou decidindo o que queremos que fique corretamente exposto, optando pela medição pontual ou ponderada.
As três fotos da imagem anterior exemplificam os diversos resultados obtidos com as diferentes medições: uma cena tendo como fundo uma janela de onde vem uma luz intensa, embora filtrada por uma cortina “bastante transparente”. O ponto de focagem é o rosto do anjo (que na foto da esquerda ficou mais escuro do que desejável, portanto, subexposto — não acha? — devido ao contraluz).
Espero ter mostrado a importância de atender ao modo de medição da luz, quando preparamos o disparo. No contraluz da imagem 3, utilizou-se a medição padrão/matricial; possivelmente, o resultado seria melhor, se se utilizasse a medição pontual. O que acha o leitor?
A simbologia e terminologia que aparece na minha canon é diferente da tua, mas deu para perceber e aplicar o que explicas no texto (f…-se, não perdes o jeito de pedagogo).
Não consegui fazer nenhum contraluz bom mas pareceu-me que a medição pontual permite melhores resultados…
Tendo em conta o assunto,medição de luz, pude constatar que há muitos factores a influenciar.Além dos diversos tipos de medição de luz que a máquina nos permite, tem muita importância a cor do objecto a fotografar, assim como, o contraste das diversas cores deste. No contraluz tudo se complica sendo directamente proporcional à diferença entre a luz de fundo e o objecto a fotografar e não vejo forma de resolver o problema com eficácia sem que utilizemos luz ou reflexão da luz existente.
Usando sempre o mesmo modo e focando objectos com luminosidade diferente (Ex:foco o rosto do anjo mais escuro ou foco a janela mais clara consoante o resultado que pretendo obter, não se consegue o mesmo efeito?
Caro José Carlos, (se entendi a questão…) depende… Se usarmos o modo matricial/padrão, o ponto de focagem é indiferente para a medição da luz, que se faz na cena toda. Se usarmos o pontual, aí o resultado será, claro, diferente conforme o foco seja numa zona mais clara ou mais escura.
Era precisamente essa a minha questão. Obg!