Convidei alguns dos meus amigos para nos revelarem os seus top de 2020: livros, filmes, discos, notícias… o que entendessem que mereceria destaque. Aníbal Sousa, professor de História na escola secundária Alves Martins de Viseu, dá-nos a conhecer o seu top 5 das leituras de 2020.
O top 5 das leituras de 2020 de Aníbal Sousa
(não tem uma ordem hierárquica)
História Global de Portugal
de José Eduardo Franco, José Pedro Paiva e Carlos Fiolhais (coord.)
Edição: Temas e Debates
Livro muito interessante em que a História de Portugal é perspetivada num contexto global, isto é, segundo as palavras dos autores, numa “forma de análise histórica na qual os fenómenos, os acontecimentos e os processos são colocados num contexto global”. É um olhar diferente para a História de Portugal em que a perspetiva etnocêntrica é abandonada. Uma “história global” num mundo globalizado.
Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos
de Olga Tokarczuk
Edição: Cavalo de Ferro
Uma agradável surpresa a “descoberta” desta escritora polaca. Inicialmente, atraiu-me o título, secundado pelo facto de ter sido laureada com o Prémio Nobel da Literatura.
A sua leitura foi quase compulsiva. Muito bem escrito, o romance constrói um mundo desconcertante em que coexistem tradição, justiça e preconceitos sociais. Só lendo, mesmo.
Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos está também no top 5 das leituras de Vítor Cardeira em 2020.
O gosto que tive na sua leitura levou-me a ler um outro livro de Olga Tokarczuk, Viagens.
É um livro muito interessante, também, em que a viagem e os viajantes servem de pretexto para uma reflexão sobre a viagem, a vida, a morte, o humano.
A Bailarina de Auschwitz
de Edith Eger
Edição: Desassossego
Num ano em que o tema Auschwitz se tornou incontornável, este livro é um retrato sobre o sofrimento, a resiliência, a superação. Escrito na primeira pessoa, é uma lição de sobrevivência, heroísmo e humanidade. Uma lição de vida. Dos melhores livros que li sobre o tema.
A Luz de Pequim
de Francisco José Viegas
Edição: Porto Editora
Francisco José Viegas é um dos meus autores preferidos de língua portuguesa. Neste livro, através do olhar do inspetor Jaime Ramos, protagonista de outros livros policiais do autor, é retratado um mundo vazio de valores, com o poder exercido por medíocres, numa escrita limpa de leitura muito agradável.
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