O que ando a ler – 7

Ricardo

Nuno Ricardo Esteves Ferreira é natural de Viseu e, atualmente, estudante de doutoramento [atualização, a 2/11/2016: doutorado] em Farmácia na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Sou um apaixonado pela vida e por tudo aquilo que ela tem para nos oferecer. Adoro arriscar… arriscar fazer coisas novas, arriscar conhecer pessoas diferente e com as quais possa aprender algo mais, arriscar envolver-me em novos projetos e abraçar novas ideias. Porque é este risco (mesmo quando calculado) que nos dá a dose de adrenalina necessária para que a nossa vida tenha o sal e pimenta que justifiquem acordarmos todos os dias excitados por saber o que o futuro tem para nós em cada momento.

O Ricardo confessou-nos as razões por que aconselha o livro que acabou de ler.

O estranho ano de Vanessa M.

Acabei agora de ler…

o livro “O estranho ano de Vanessa M.” da escritora Filipa Fonseca Silva. A escritora nasceu no Barreiro em 1979 e é licenciada em Comunicação Social e Cultural: para além de escrever é também criativa publicitária desde 2004. Este é o seu segundo romance e foi publicado em 2011 pela Oficina do Livro. O primeiro, intitulado “Os Trinta – Nada é como sonhámos”, entrou a 5 de Novembro de 2013 no TOP 100 da categoria Woman’s Fiction da Amazon, ao lado de autores como James Patterson, Danielle Steel e E.L.James. Simultaneamente, atingiu a posição 630 da Amazon no rank geral de vendas, ou seja, incluindo todas as categorias de livros existentes naquela que é a maior loja online do mundo. É a primeira vez que um autor português integra este TOP. “O estranho ano de Vanessa M.” retrata a viagem interior que Vanessa M fez durante um ano, onde questionou todas as suas escolhas e toda uma vida construída em torno das expectativas e opiniões dos outros. O enredo constrói-se entre episódios trágicos e cómicos, que envolvem uma mãe controladora, uma tia hippie, um casamento entediante, um chefe insuportável e uma amiga que não sabe quando se calar. Este livro teve a virtude de me conduzir nessa auto descoberta e fez-me identificar com esta questão de a determinada altura nos questionarmos se a direção em que estamos a ir é a que nos faz mais feliz e até que ponto estamos dispostos a sair da nossa zona de conforto para nos arriscarmos a ser felizes. Porque a busca da felicidade não tem prazo.

[Ver ficha/comprar Os Trinta – Nada é como sonhámos (ou em inglês)
e
The Strange Year of Vanessa M.]

Como o descobri:

Descobri este livro através da internet, numa promoção da Amazon para a divulgação do trabalho da escritora. Para comemorar o sucesso do primeiro livro e promover o segundo junto dos portugueses, a autora decidiu oferecer o seu segundo livro O Estranho Ano de Vanessa M.

Vale a pena lê-lo?

Sem dúvida. Na minha opinião é um livro muito bem escrito, de leitura muito fácil e que nos faz querer saber o que vem na página seguinte. Apesar de nunca ter passado nem metade dos problemas que Vanessa tem de enfrentar, facilmente percebi o seu estado psicológico e o porquê da sua fuga ao mundo rotineiro onde sempre viveu e nos tempos em que vivemos, lidar com a pressão da sociedade que nos insere num padrão de vida onde a repetição dos mesmos actos é constante. Este livro fala de algo que motiva muitas das minhas reflexões: porque é que temos todos que seguir o mesmo padrão convencionado como “normal”? porque é que não podemos ser normais também quando saímos da normalidade? Por vezes colocar tudo em questão obriga-nos a refletir nas coisas e normalmente isso ajuda-nos a evoluir enquanto pessoas e sociedade. Foi mesmo uma leitura que me agradou mesmo muito, pois o livro apresenta uma estrutura pensada, ou pelo menos bem polida sem excessos e “coisas” dispensáveis. É coerente, agradável de se ler, recomendo a sua leitura.

Onde o tenho lido:

Este livro foi a minha primeira incursão na leitura digital. Tendo adquirido recentemente um tablet decidi testar até que ponto a experiência da leitura de um e-book num tablet se equipara à leitura de um livro em papel, porque até ao momento as tentativas que fiz de leitura em computadores deixaram muito a desejar. E não é que a experiência foi ótima? Continuo a gostar muito de desfolhar as folhas de papel, mas a leitura num tablet consegue ser também muito cómoda e agradável. Ainda assim, a maior parte da leitura do livro aconteceu em casa, na cama ou junto da lareira!

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