Já aqui mostrei vantagens de fotografar dando prioridade à abertura (modo Av nas máquinas Canon e A nas Nikon). Recordando:
A abertura é o tamanho do orifício da máquina que permite a entrada da luz através da objetiva (veja-o na sua máquina, olhando do lado da objetiva): conforme varie o tamanho desse orifício assim variará a quantidade de luz que entra.

Esquematizando:
- grandes aberturas…
- número f pequeno (por exemplo, com f/1.4 tem uma maior abertura do que com f/22);
- entra mais luz: a considerar em ambientes de pouca luz;
- menor profundidade de campo do que com aberturas pequenas;
- destaque de um elemento sobre os restantes (por exemplo, num retrato, destacar o sujeito focado sobre um fundo desfocado)

- pequenas aberturas…
- número f grande (por exemplo, com f/22 tem uma menor abertura do que com f/1.4) — pois… o inverso do referido antes 😉 );
- entra menos luz: a considerar em ambientes de luz abundante;
- maior profundidade de campo do que com aberturas grandes;
- cuidado! ao aumentar a profundidade de campo, a foto pode tornar-se confusa, com a abundância de elementos focados;
- na fotografia de paisagem, a tendência é usar grandes angulares e aberturas pequenas (f/11ou f/16), para focar toda a cena (mas não tem que ser assim, se o fotógrafo tiver alguma razão para não ser).
- Quando os cenários têm pouca luz (o que acontece com frequência, porque a luz do amanhecer ou do entardecer é melhor), será necessária uma velocidade de obturação lenta, já que convém manter um valor baixo do ISO para a máxima qualidade de imagem. Ou seja, será necessário um tripé. A criatividade que é possível desse modo vale bem esse “preço”.
- Quando, por qualquer razão, não se pode trabalhar com velocidades lentas, aumenta-se essa velocidade alterando o ISO.
Uma das vantagens de fotografar com prioridade à abertura é obrigar-nos a pensar a fotografia antes de a fazer: aprender a ver os efeitos que se conseguem se aumentarmos ou diminuirmos a abertura. Trata-se, por conseguinte, de um modo criativo de fazer fotografia (sobretudo se comparado com o modo automático, que, como regra, deveríamos abandonar).
Convém, entretanto, ter em conta o seguinte:
- A profundidade de campo não depende só da abertura. Num texto sobre o tema referi outros dois: a distância a que estamos do objeto fotografado…
- é essa a razão por que se torna difícil focar em fotografia macro;
- é também essa a razão por que, quando pretender desfocar o fundo para o tornar uniforme, deve verificar se o objeto que ficará focado está suficientemente afastado do fundo. Imagine, a este propósito, como seria diferente a Imagem 3, que está abaixo, se o cogumelo estivesse isolado de tudo o resto…
- …bem como a distância focal:
- por isso se consegue o mesmo efeito das grandes aberturas (pouca profundidade) com distâncias focais grandes, se se puderem usar. A foto seguinte foi captada com f/11, tendo-se obtido uma profundidade de campo menor do que seria de esperar, graças à distância focal (200 mm).

- Para a mesma abertura, obviamente, a profundidade de campo está ainda na razão inversa do tamanho do sensor. Por isso as fotografias com máquinas compactas tendem a ter uma profundidade de campo maior que as feitas com máquinas reflex ou full-frame.
- As objetivas fixas têm aberturas máximas maiores do que as objetivas zoom. Esta é uma razão para adquirir uma objetiva fixa, como escrevi no texto A melhor máquina fotográfica para quem inicia (onde refiro outras vantagens).
- Nota final: quando optamos pela prioridade à abertura, a máquina escolhe a velocidade de obturação. Escolherá os valores de outros parâmetros, se os deixarmos em modo automático. Por isso, defina o valor do ISO; se o deixar em automático, a máquina decidirá por si…
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||| Imagens 1 e 2 copiadas do texto La prioridad a la apertura, y la fotografía casual o callejera (onde também se refrem vantagens da prioridade à abertura sobre outros modos).
Ora aí está……
Eu não tinha estes argumentos todos, mas bem me parecia (após verificação dos parâmetros nas fotos da Florinda) que efectivamente a máquina seria “forçada” a fazer as compensações pelo ISO.
Portanto, amigo Cavaleiro, toca a marcar a data e o restaurante, eh eh eh!