ECOS: 21. Lobo Antunes e a poesia portuguesa

António Lobo Antunes

Numa entrevista à Pública [suplemento do Público, de 30 de janeiro de 2000, entrevista que O meu baú reproduziu aqui], António Lobo Antunes pronuncia-se (também) sobre a poesia portuguesa. Afirma, designadamente, que

O Eugénio é poeta, o Vasco Graça Moura é poeta… goste-se ou não do que eles escrevem… O António Franco Alexandre, o Pedro Tamen são poetas… um rapaz que descobri há pouco e que acho que tem talento a dar com um pau chamado José Tolentino Mendonça mandou-me um livro dele, e uma tradução do “Cântico dos Cânticos”. Não o conheço pessoalmente mas penso que desta geração nova… é muito, muito bom. Acho que foi a última grande, agradável surpresa…

Mais adianta (e mais polémico), sobre os poetas de que gosta:

Tantos… O Pessoa está muito sobrevalorizado… o Alberto Caeiro acho muito fraco, algum Ricardo Reis, algum Álvaro de Campos eu gosto, a prosa acho miserável. [“O Livro do Desassossego”] Acho uma porcaria. Vamos falar de poetas vivos: o Cesariny é um grande poeta, o Eugénio é um grande poeta…

[negritos meus]

Sobre Sophia Andresen e Herberto Hélder,… encolhe os ombros, franze a cara. Finalmente, sobre ele próprio e… bombástico:

Agora aprendo comigo, já não tenho nada a aprender de ninguém. [pausa] Não tome isto como vaidade, que não é. [A entrevistadora observa que Não é possível]. É. Não devo nada a ninguém, já. Enquanto escritor, só devo a mim próprio.

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