O meu nome é Luís Rodrigues. 54 anos. Cota com boa cotação. Gosto da frase ”Leis poucas e doces”, de dormir a sesta, de me deitar tarde e de dar aulas de filosofia, entre muitas outras coisas.
Entre as muitas outras coisas, destaco eu o ser autor de vários livros e manuais (de Filosofia e Psicologia). E do blogue Teorias e argumentos.
Depois do Aires Almeida, é a vez de o Luís nos revelar algumas das suas preferências.
Baú:
O navio onde viajas tem carga a mais. A ti, coube-te lançar à água dois dos 3 livros que levas (um de filosofia, um de música e um romance).
Luís Rodrigues:
Fico com o romance se for Três Homens num bote.
B:
Lançados os livros, ficaste com três objetos: o livro, um dvd com o teu filme preferido e um leitor de mp3 com uma coleção dos teus top musicais. Um deles também tem de ir para o fundo do mar.
LR:
O leitor. Sem música a vida é chata.
B:
No dia dos namorados, recebeste um cheque-prenda para comprar um cd. Escolhe.
LR:
Love Songs do Elvis. Nunca lhe dei atenção durante 53 anos.
B:
Sabemos que, no dia do teu aniversário, uma das prendas foi a passagem para o formato eletrónico (ebook) de uma obra da tua biblioteca. Segreda-nos qual foi.
LR:
Johan Cruyff, Mi Piace il Calcio ma non quello di oggi. Uma obra-prima simples de um génio do futebol. Está lá tudo.
B:
Tens de abandonar a profissão de professor. Mas não te apoquentes! Escolhe outra, que em qualquer caso terás carro (à tua escolha), cartão de crédito… e 600 mil euros anuais.
LR:
Casar com um magnata do Qatar? A sério, ou talvez, consultor da EDP. Reúnem uma vez por mês se tanto o que assegura as minhas sestas revigorantes.
B:
A Brigada dos Bons Costumes vai queimar-te a biblioteca toda. Toda, não: permite-te ficar com uma obra apenas.
LR:
Michael J Sandel, Justiça. A questão mais importante da vida em sociedade.
B:
Os deuses estão fulos com a humanidade: vão destruir todas as cidades. Deixarão apenas ficar uma para tu viveres. Diz-lhes qual há de ficar de pé.
LR:
Barcelona. Foi amor à primeira vista com o meu amor para sempre. Pedia que o Real Madrid pudesse lá habitar também para haver festa.
B:
Estás condenado a escolher, sem hipótese de abstenção, mas apenas um: Sartre, Nietzsche, Heidegger.
LR:
ARRRRghhh! Nietzsche. Escreve bem e não é tão repetitivo. Além disso conhece bem os alemães.
B:
Para a ilha deserta, só podes levar um destes três B: Bach (Johann Sebastian), Beethoven, Beatles.
LR:
Bach. Apesar de não haver falta de ar numa ilha, aquelas árias…
B:
Tens pozinhos mágicos que te permitem ressuscitar quem tu quiseres. Duas condições: só os podes usar uma vez; nunca em proveito de qualquer familiar.
LR:
Verdi. Um grande homem e um enorme compositor que consegue ser profundo sem ser maçador ou pesadão.
Nota: esta é a segunda de uma série de revelações que pedi a alguns dos meus amigos. Leia as de Aires Almeida (a anterior) e de Desidério Murcho (a seguinte).
Muito boa iniciativa. Parabéns 😉
Mail que enviei para a Plátano Editora e Min. Educação:
Ex.mos Srs,
Estou muito preocupado com o que está escrito no livro escolar de Filosofia do 10ºAno da Platano Editora de Luis Rodrigues e Alvaro Nunes na pag.23-Elementos centrais da Filosofia.
A Filosofia é para estar articulada com o conhecimento objectivo gerado pelas outras Ciências.
Da Matemática conhecemos que o método de indução é baseado numa premissa base objectiva e verdadeira e num
passo de indução verdadeiro. Este conhecimento está a ser utilizado em Inteligência Artificial por exemplo.
No citado livro escolar, apresentam como premissa base uma afirmação subjectiva “A vida não tem sentido” (há pelo menos uma pessoa a ter uma visão subjectiva contrária dessa,que sou eu) e sem qualquer passo de indução válido apresentam uma conclusão:”Deus não existe”.
Se a Filosofia é para gerar raciocínios destes a geração que está a ser educada, vai ser é baralhada.
Se é para discutir sobre Deus solicito sinceramente que leiam ao menos o capitulo1 do livro do Psiquiatra Augusto Cury director da Academia de Inteligência do Brasil,
Editora Sextante, 2006.ISBN 85-7542-256-1,na internet digitalizado por Levita Digital:A solidão de Deus.
Deste livro cito do Capitulo11 pag.4:
“Observando a destruição e o sofrimento causados pelo terremoto de Lisboa, Voltaire expressou com argúcia três simples mas grandiosos questionamentos ou hipóteses: ou Deus não existe, ou existe, mas não quer executar a própria vontade, ou quer executá-la, mas não pode. O iluminista tocou no centro(…)Por tudo isso, procurarei expor, e não impor, as respostas que encontrei sobre as reações do Autor da existência. Elas atingem frontalmente as indagações de Voltaire.”
Com os melhores cumprimentos,
Pai e português desejando que o conhecimento acumulado pela humanidade não seja deturpado. Rafael Ferreira